sexta-feira, 19 de janeiro de 2018


Inclusão Aprendendo com a Prática


Sou professora que atua há mais de dez anos na rede e o meu relato é referente a minha primeira experiência com inclusão. 

Foi no ano de 2008 e eu tinha uma turma de terceiro ano e neste ano recebemos uma aluna surda em nossa turma, Eu não conhecia Libras e nunca tinha trabalhado com um surdo. Mas a chegada desta aluna transformou a dinâmica da sala de aula, pois me fez rever vários aspectos da minha prática, o meu planejamento passou a contar com propostas mais práticas e com recursos visuais, o que se tornou atrativo para todos os alunos. Estabeleci um tempo em sala de aula para que pudéssemos conhecer um pouco sobre Libras onde a aluna surda nos demonstrava palavras de seu vocabulário todos realizamos o sinal e depois era desenvolvido alguma atividade com as palavras aprendidas.Todo o material utilizado em sala busquei que fosse acessível, sempre acrescentado estímulos para auxiliar na compreensão daquilo que vinha sendo estudado.

Mas o que considero mais significativo desta experiência foi a relação de compreensão solidariedade e amizade que se estabeleceu na turma, sempre os alunos foram incentivados a criar propostas de atividades, de brincadeiras entre outras, e como a turma estava envolvida no processo não só de aprendizagem mas o de inclusão também, as ideias de brincadeiras dos alunos sempre vinham acompanhadas de adaptações inclusivas como por exemplo a brincadeira do “coelhinho sai da toca” que no momento em que o aluno dá a ordem de forma verbal para sair da toca ele deveria também sinalizar com umas orelhinhas de coelho confeccionada por eles. Ou na homenagem de dia das Mães que a turma optou por apresentar frases em libras ao vez de cantar para que todos da turma pudessem participar. 

Essa experiência me ensinou que não existe um forma correta de incluir e sim que precisamos estudar para podermos planejar e propor atividades adequadas mas que na prática a gente vai aprendendo junto com a turma e passa a desenvolver uma visão mais natural com relação as diferenças e percebe que na maioria das vezes ela nos faz crescer.

Relato de Ingrid Andrade Nunes

                                      




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